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ok, se kiserem saber quem eu sou perguntem, ok?

28 agosto, 2007

Saudade Além-Mar

Neste momento penso que nunca estamos em casa, como imaginem sou açoriano a estudar em Santarém, longe do local de origem. São terras de diferente contraste tanto a nível do clima, visual, e também é, para mim, a nível social.
Sei que sou totalmente autónomo para ter uma vida sem dependência de alguém, criar amizades com facilidade e ser capaz de me alevantar as vezes que for preciso para recomeçar de novo. Será assim com todos os açorianos? Porque damos tanto nas vistas no Continente Português? Seja como for, o Açoriano pode ser um dos poucos que reconhece o Fado da despedida, saudade, nostalgia e amor, conhecido pelos descobridores, e conservado em gente isolada numa pequena terra. Esta treme, castiga com chuva, humidade e nevoeiro.
Mas é esta que tanto aventuramos contra as ondas e montes. E esta que perdemos ao tentar conquistar para além-mar, além do horizonte e que sentimos que nunca lá alcançamos. E avançamos, avançamos...

Uma questão de Fé

No intervalo de um filme na sala de cinema uma amiga minha, a qual eu sempre levei a opinião dela em consideração, perguntou-me se acredito em Deus. Bem é uma boa questão, na altura respondi: «sim, se eu acredito Nele, então Ele existe para mim». Isto faz sentido para uma baixa reflexão.

Pensando bem o que me leva a pensar assim? Para mim foi sempre preciso factos para eu acreditar em algo. Umas semanas antes perguntou se eu acreditava em anjos, «sim» porque estava a olhar para um, ela. Tive uma prova de anjos, mas de Deus? Se perguntarei-me no que acredito eu responderia sem pensar «cosmos, estrelas, agua, terra, que sou especial, que cada ser consciente de si é especial». Que me leva a outra questão, a qual sei a resposta, de que somos feitos? Eu sei do que sou feito, sou uma junção de poeira estrelar que outrora fora estrela e que um dia voltarei a ser. O que me torna especial? É eu saber disso mesmo e mais: de saber mais. Acredito que nós Homens e o resto do universo somos um só, somos como Carl Sagan disse: «somos a parte do cosmos a auto conhecer-se». Vendo as coisas deste perfil parece que defendo uma teoria alquimista, ou sigo uma querença de índios, e que tudo tem um espírito. Mas não, se a razão de existência é sinonimo de conter espírito, então to de acordo, tudo pode ter um espírito, mas não indo por esse ponto de vista: «Nada se cria, nada se perde, tudo se transforma» de Lavoisier, em física e química tudo bem, mas no resto... o que faz de nos Homens, restos de poeiras estrelares tão de especial? A consciência? Não. A consciência e a subconsciência? Não é o suficiente para o justificar.

A alma, não vem de nada, a alma é nossa, é o que nos torna aquilo que somos, quer sejamos heróis, assassinos, cobardes, amorosos, apaixonados, gananciosos, anjos... Para quê justificar a minha fé em Deus? Para mim acho que basta Ele acredite em mim para que eu continue a existir, mesmo sendo a minha parte física poeira estrelar ou até mesmo uma estrela. Mas para dar à minha amiga uma resposta sem pensar nisto tudo, é fé na existência...